Santos e Santas: quem são?

Os santos e as santas são os nossos amigos do Céu. Toda pessoa que morre perfeitamente santa passa a ver Deus face a face. Isso é dogma de fé. E essas pessoas, em comunhão no céu, intercedem por nós. Está na oração eucarística: “Não cessam de interceder por nós no Céu”; isto é, tem alguém diante de Deus intercedendo por nós dia e noite. Que maravilha! Esta intercessão leva-nos mais a fundo dentro do plano de Deus, porque promove a glória de Deus e o louvor de Jesus Cristo, uma vez que os Santos são “obras-primas” de Cristo, que nos levam, por suas preces e seus exemplos, a reconhecer melhor a grandeza da nossa Redenção. A comunhão entre os membros do povo de Deus não é extinta com a morte; ao contrário, o amor fraterno é liberto de falhas devidas ao pecado, o que faz esta união mais forte. Deus, que gera esta comunhão, proporciona aos Santos no céu o conhecimento de nossas necessidades para que eles possam interceder por nós, como intercederiam se estivessem na Terra. 
 
É entranhada na teologia católica a devoção aos Santos, embora não seja obrigatória. Ela surge de uma perfeita compreensão do plano salvífico de Deus, especialmente quando se refere à Virgem Maria, Mãe de Deus e Mãe dos homens (cf. Jo 19,25-27). A devoção ou culto dos Santos, como é praticado na Igreja Católica e teve sua origem na Igreja Primitiva ou Apostólica, que era dirigida, ou pelos Apóstolos diretamente, ou pelos santos Bispos que os Apóstolos mesmos estabeleceram para substituí-los. Eis os motivos de garantia da legitimidade da devoção aos Santos. Eis como a única Igreja de Cristo (Mt 16,18), a que unicamente tem a promessa de sua assistência divina (Mt 28,20), explicitou os textos sagrados que contêm a verdade bíblica da intercessão dos Anjos e Santos. Ela orientou assim os fiéis a festejar o dia de seus natalícios para o Céu, a pedir-lhes auxílio junto de Deus, e a se esforçarem por imitar-lhes as virtudes cristãs. A oração aos santos e a Maria é possível (Ap 8,3-4), pois para os cristãos desde os primeiros séculos da Igreja, aqueles que morrem no Senhor vivem para o Senhor e estão diante dele na glória do céu. "Ora Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos porque todos vivem para Ele” (Lc 20, 37-38). Estão aguardando o desfecho final da história da humanidade (Ap 6,9-11). Os cristãos perseguidos, torturados e mortos pelos romanos por terem professado a fé de Cristo eram respeitados como figuras sagradas. No século II, essa prática era extremamente popular, e era comum que se comemorasse o dia de morte de um mártir. Durante os primeiros anos do cristianismo se popularizaram as noções de santidade e as relíquia dos mártires. O mesmo ensinamento encontramos em São Cipriano, Bispo de Cartago, martirizado no ano 256. Em carta ao Papa São Cornélio, afirma: “Se um de nós partir primeiro deste mundo, não cessem as nossas orações pelos irmãos.” (Carta 57) Em Lucas 16,19-51, na parábola do rico e do pobre Lázaro, Jesus apresenta a sobrevivência consciente tanto dos justos como dos injustos. 
 
A arte sempre acompanhou o cristianismo, Deus se utiliza da arte para inspirar e enriquecer a fé dos homens. Nos primórdios do cristianismo as pessoas não sabiam ler, portanto as pinturas e imagens eram a única maneira de conhecerem o evangelho. Nós não adoramos imagem, adoramos a Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. E se eu ajoelho diante da imagem de um santo, não quer dizer que eu estou o adorando, estou pedindo a intercessão, o que é diferente de adorar. Quando cultuamos os santos, nós glorificamos a Deus, porque eles só são santos por causa da graça de Deus. O culto ao santo não é adoração, esse culto termina no coração de Deus. Ajoelhar-se nem sempre é sinal de adoração, mas veneração, tudo depende da intenção com que fazemos o gesto: Levantando Abraão os olhos, olhou e eis três homens de pé em frente dele. Quando os viu, correu da porta da tenda ao seu encontro, e prostrou-se em terra (Gênesis 18:2).
 
É verdade que Deus proibiu a escultura de imagens por causa do pouco amadurecimento da fé de seu Povo. “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto...” Ex 20.4,5. Porém o próprio Deus ordenou que se fizessem imagens: “e o Senhor disse a Moisés: ‘Fazes para ti uma serpente de bronze e coloca-a sobre um poste. Todo o que for mordido‚ olhando para ela‚ será salvo’.” (Nm 21‚8). Deus não proíbe as imagens, proíbe os ídolos! Nós católicos, NÃO ADORAMOS AS IMAGENS, sabemos que são somente representações, como se fossem fotos de pessoas queridas.
 
Adorar vem do grego "latria", dai temos idolatria (adorar ídolos). Venerar vem de “dulia” (respeitar); o culto dos santos é de dulia e não de latria. É uma questão de respeito, por pessoas que viveram como nós e são exemplo para nós, para alcançarmos a vida eterna. Portanto temos:
- Dulia: Culto aos santos (veneração);
- Hiperdulia: Culto especial à Virgem Maria (veneração especial);
- LATRIA: Culto de ADORAÇÃO (Exclusivo a DEUS). É reconhecer que tudo vem de Deus, que ele é o 
 
Criador, Salvador, Verdadeiro Amor e Vida de nossa alma e que sem Ele nada somos.
 
O culto aos Santos tem ao menos três sentidos profundos:
1 – dá glória a Deus, de quem os Santos são obras primas de sua graça; são Santos pela graça de Deus.
2 – suplicam a eles a sua intercessão por nós e pela Igreja;
3 – mostram-nos os Santos como modelos de vida a serem imitados uma vez que amaram e serviram a Deus perfeitamente.
 
Santos e Santas de Deus! Rogai por nós agora e na hora de nossa morte. Amém.
 
Pe. Antão Roberto