Artigo: Dia dos Pais

 

Celebramos no segundo domingo do mês de agosto o “Dia dos Pais”. Data tão bonita e, ao mesmo tempo, desafiadora. Bonita porque temos a oportunidade de expressar gratidão e carinho por aqueles que, juntamente com nossas mamães, foram responsáveis por nossa vinda ao mundo. Desafiadora porque a missão paterna é cada vez mais exigente num mundo que pouco valoriza o dom da vida. Vida humana que cada vez mais corre o risco de ser entendida como “acidente de percurso” e não como verdadeiro dom de Deus.

A paternidade e a maternidade são “modos” de participação humana no mistério do Deus Criador, gerador de Vida. Vida que deve ser acolhida, amada, sustentada, defendida e respeitada durante toda a sua existência. Esta é uma das responsabilidades dos pais e também das mães. São colaboradores fiéis da missão divina: garantir a vida. Assim deve ser vivida a paternidade humana que deriva da paternidade divina.

A nossa sociedade atual, mercantilista e relativista, tem a tentação de reduzir a paternidade ao mero aspecto biológico. Fazer do pai apenas um provedor dos bens de consumo, um verdadeiro fornecedor econômico de coisas materiais e descartáveis. Ele se torna também alvo comercial: os filhos devem apenas expressar algum interesse mediante a oferta de algum produto, um presente material que o “deus mercado” sugere ou mesmo impõe. Assim o dia “dia dos pais” torna-se uma grande oportunidade de lucro. Um dia comercial por excelência, uma data apenas mercantil.

Creio que muitos dos pais querem a oferta do coração dos seus filhos. Sua presença amiga e filial em todos os momentos da vida. Carinho, gratidão e alegria pelo amor recebido, em forma de abraços, beijos, escuta e companheirismo, serão muito bem vindos. Certamente tudo isso cabe dentro do coração de um pai. Ilumina sua missão paterna, revigora sua vocação e expressa a presença de Deus no coração dos filhos e das filhas. Mais do que valiosos presentes os pais querem a presença daqueles e daquelas, que foram gerados pela graça divina junto com o amor humano, junto de si. Claro que os presentes são bem vindos se expressarem a gratuidade e o amor que estão dentro do coração de seus filhos.

Dia dos pais é dia de oração, de encontro e de reflexão. Busca de comunhão com Deus, Pai de todos nós, que nos revela seu rosto paterno na pessoa de cada pai humano. Dia de reconhecimento de sua infinita bondade manifestada na missão de cada pai e, de tomada de decisão: valorizar aqueles que são a “extensão das mãos divinas” que nos criaram. Esta é uma das melhores maneiras de se celebrar o dia dos pais. A todos os papais um “Feliz Dia dos Pais”. Que Deus-Pai abençoe a todos e fortaleça-os em sua missão e vocação.

 

Pe. Antão Roberto - Vigário Paroquial